[:pb]Quando montado um controle de qualidade num processo de manufatura utilizando Controle Estatístico de Processos, você pode definir 2 tipos de limites:
– Limites de Controle: Que são os limites do equipamento, faixa em que o equipamento opera sem causas especiais, popularmente chamado de “Voz do Processo”
– Limites de Especificação: Que são os limites de engenharia, popularmente chamado de “Voz do Cliente”. Geralmente o quanto a peça deve medir no mínimo/máximo independente da onde ela foi feita.
Definir o controle de qualidade de um processo de manufatura com Controle Estatístico de Processos utilizando os limites de controle ajuda a entender o comportamento do processo e do que ele é capaz sob certas condições. É possível ter previsibilidade e antecipar problemas. Ou seja, ao longo do tempo isso ajuda a empresa a acumular conhecimento sobre o processo e minimizar problemas.
Definir o controle de qualidade de um processo de manufatura com Controle Estatístico de Processos utilizando apenas os limites de especificação faz com que as pessoas vejam as coisas de forma binária, do tipo, isso tá bom e isso tá ruim. E todos trabalham para que as coisas fiquem boas, sem se preocupar em entender o que acontece ou acumular conhecimento, e é isso que vou detalhar abaixo.
Ou seja, a empresa começa a vive diariamente 2 momentos:
– O de “tranquilidade dos ignorantes”: enquanto as medições tão dentro da faixa dos limites de especificação ninguém faz nada, todo mundo fica feliz e coloca como prioridade fazer outras coisas que não se atentar aos processos.
– O de “inferno total”: enquanto as medições estão fora da faixa dos limites de especificação todo mundo corre “que nem loucos” e as pessoas ficam nervosas. O caos se instala, até que as medições voltem a ficar dentro dos limites de especificação.
E assim este ciclo binário acontece dia após dia.
O pior é que para evitar este ciclo binário, um dos 3 comportamentos acaba acontecendo na empresa:
1 – As pessoas começam a trabalhar para melhorar o controle da qualidade (provavelmente vão aplicar as melhores práticas, inclusive a adoção e gerenciamento pelos limites de controle)
2 – As pessoas começam a distorcer o controle da qualidade (provavelmente forçar artificialmente o processo para que as medições fiquem dentro dos limites de especificação)
3 – As pessoas vão distorcer os dados (provavelmente vão mentir mesmo nos resultados obtidos)
Por isso a importância de escutar e entender a “Voz do Processo”, ou seja, os limites de controle.
Como é isso na sua empresa? Deixem nos comentários para discutirmos sobre isso!
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